Essa sugestão estabelece também uma diferença em relação à série mais antiga, que, como é mais frequente em Manuel Amado, opta por um título sucinto e descritivo. Como notou Eduardo Lourenço a propósito destes quadros, "aquém ou além do silêncio, [eles] inscrevem-se em paragens que sugerem o trânsito, a viagem, gare ou cais à espera de viajantes virtuais." O abandono convocado sublinha ainda mais o silêncio anti-discursivo desses espaços transitórios esvaziados.
Este conjunto de telas do ano 2000 é uma espécie de auto-revisitação da série Comboios, Estações e Apeadeiros, mas, ao contrário da de 1986, concentra-se num único espaço, não reconhecível, que é indicado como abandonado no título da série.